A coleção de contos "Filhos da Musa" são relatos fictícios, escritos e organizados por Victor Henrique;
Gênero: Mundo Fantástico, Mistério, Suspense.
*Atualmente não há ao certo quantos temporadas haverão de ser escritas para essa coleção;
São temas variados.
Kazavogromo - É uma temporada sobre musicistas. Para cada temporada serão escritos 9(nove) capítulos, entretanto a quantidade de prólogos pode variar.
Gênero: Mundo Fantástico, Mistério, Suspense.
*Atualmente não há ao certo quantos temporadas haverão de ser escritas para essa coleção;
São temas variados.
Kazavogromo - É uma temporada sobre musicistas. Para cada temporada serão escritos 9(nove) capítulos, entretanto a quantidade de prólogos pode variar.
- Spoiler:
- Prólogo - O Piano:
- Era um sábado pela madrugada – em cidade Acaso –
No palco dos Solos, se apresentou alguém que fez um show inesquecível; o palco que estava montado entre as ruas Bizzarius e Locurrue, que não era de grande porte, também não tão pequeno, entretanto inevitavelmente refletor de um ar tenebroso, e se não era, seria com toda certeza após aquela apresentação.
O espetáculo foi anunciado algumas horas antes, mesmo assim não deixou de ser bem visitado; aquelas ruas culminavam no centro da cidade, e os moradores curiosos queriam mesmo saber que banda ou cantor iria se apresentar por ali, a expectativa, claro foi muito grande - mas a produção foi independente - e o show não durou mais do que alguns meros dois minutos frios, o espetáculo não foi muito iluminado, exceto um holofote que estava sobre o palco e o brilho da lua.
Esqueci de comentar que os olhos do único rapaz sobre o palco, eram tão... Tão cristalinos, que os reflexos da lua pareciam incidir em seus olhos que refletiam um ar audacioso e perspicaz para quem acompanhou aquele show bizarro.
Ele subiu no palco, encarou a platéia, esperou alguns segundos... - ouve um breve silêncio - ele então tomou acento junto ao piano, respirou profundamente, tão profundo como se aquele fosse o ultimo ar do mundo, ou mesmo que fosse a ultima vez que ele pudesse respirar pra nunca mais, e então tocou e tocou agilmente, todavia devidamente muito bem regrado executou as notas com a maestra-perfeição com e em seu tempo exato, somando sete notas num único segundo;
Ali estavam corpos paralisados diante do palco. No fim pude ver o soluço daquele jovem rapaz, que tocava sua música com tanta perfeição que conseguiu sufocar as emoções de quem presenciou seu show levando todos a óbito.
Seus olhos cristalinos, agora tomavam um tom negro – empenumbreados pela dor mor, não houve mais nenhuma iluminação - soprei um vento que carregou as nuvens para de fronte a luz da lua, e outro para que o holofote se ofuscasse;
Segui em sua direção, esperei ele pegar no sono sobre o palco, tomei-o sobre os meus braços e o levei para Kazavogromo, que era seu devido lugar – a casa musa - seu nome? Matheus. Meu nome? Apenas me chamam de Sr. Q, então vamos continuar assim;
- Prólogo - O Sax:
- E aquela música era composta muito mais do que de notas, tons, acordes... Aquilo não chegava perto, por que já era divino... Um dos sons que mais me tocam no íntimo da alma sempre foi provindo do Sax;
Dessa vez o garoto em que estamos falando deveria ser um rapazote de doze anos, mas sua habilidade fina & intima com cada ligamento de notas que ecoava no salão era voraz.
Aquele som queria possuir o ambiente, devorá-lo, era tão forte que se eu permitisse me levar, até eu seria tragado por aquele som perturbador de Gomídrio, o execucionista do Sax.
Sempre me foi curioso este caso em especial; é admirável o poder de comovimento emocional que este menino me passa, um talento muito grandioso que tem inspirações do Jazz, mas que esconde sua vida dentro do seu baú;
Antes de levá-lo junto a seu irmão eu me debrucei sobre o parapeito da janela onde ele estava e escutei por certo tempo o seu tocar, quando ele parou, daí então eu me aproximei. E sem recusas ele parecia já saber que eu viria buscá-lo.
- Você está aqui pra me levar pelas pessoas que eu matei, não é? - ele questionou;
Senti-me com vontade de argumentar, mas meu trabalho não era este... Agora eu apenas devia os levar até Kazavogromo.
Então apenas o incitei dizendo - venha comigo. - ele não lutou, contudo aquela sua música de alguma forma não saia da minha cabeça... Não saia de mim - estava convencendo a mim, um ateu dos ouvirem musicais - ser sem sentimentos afetivos, espirituais. – a amolecer, e tão sutilmente, mesmo que por poucos instantes.
- Prólogo - O Violino:
- Cabelos castanhos claros, curtos e encaracolados, boca vermelha e em seu rosto uma breve marca de cicatriz logo na sua bochecha direita, olhos de um verde-mata incrível, peso médio, alto, tratava-se de Wendrea a violinista de nossa história.
Ela dedilhava em sua sala, diante da presença de pássaros canários. Seu instrumento estava precisamente afinado, dedicadamente passava o arco aveludado com uma firmeza e precisão incrível, era um som muito excelcioroso, mas acompanhado de uma inocência que mostrava a pureza com que manejava.
Os pássaros logo nas primeiras notas da melodia explodiram, respectivamente. Não eram exatamente similares a homens, estavam bem longe disto, contudo era notável seu porte vocacional à música.
E ela desaguou em choro, com a morte daqueles pequenos voadores. Ela não estava pra conversar, estava abalada de mais para isto. Dei-lhe então um sedativo a base de plantas, com folhas de cor similar a de seus olhos. Depois observei seu instrumento, um Amati então considerei a possibilidade de que ela o deseja-se ou tive-se algum tipo de lembrança que deseja-se manter, carreguei-o comigo em um braço e no outro a levava.
Meu trabalho breve estaria completo, agora eu deveria ir buscar os restantes... Estava perto, logo eles cumpririam com o mistério chave.
- Prólogo - O Chello:
- O Cellista seria um trabalho um tanto mais complicado, este era um garoto de oito anos, não tinha nenhum contato com o Chello, mas isto era só por este momento, pois estava destinado a ter uma ligação muito mais forte com o instrumento, ainda não demonstrava qualquer habilidade, contudo não demoraria muito tempo.
Era magérrimo, abandonado e em outras palavras criado sem pai ou mãe, educado na lei das ruas – que é a mesma coisa que não ter qualquer lei.
Passei de carro pelo sinal que cruzava as ruas Santréo e Sta. Bruchevva, lá estava o garoto a fazer malabares... Quis questionar se era mesmo aquele garoto, e tive que consultar novamente os dados fornecidos.
“Aparência de 8/9 Anos, garoto de rua, magérrimo, cabelos curtos, bons e castanhos, olhos negros, pele levemente avermelhada” – dizia a descrição – esse sim é o nosso garoto.
Quando o sinal abriu, parei perto a um acostamento que havia ao lado do sinal, alguns moleques vieram ver se era algum problema com o veiculo, devia ser muito comum ter problemas em carros naquele local, para eles podia ser a chance de ganhar um bom trocado ajudando.
Já era noite de um dia quente e qualquer, o tempo estava sútil, mas ainda soprava certo vento que vinha do norte.
Então eu pedi para que eles chamassem o garoto, que ainda insistia em tirar algum dinheiro do sinal - ele vinha de modo desengonçado, foi até irônico pensar que o vento o poderia carregá-lo;
- Garoto! Suba no carro, sua mãe está lhe esperando.
- Mãe? O doutor! Seja lá quem o senhor for saiba que sou como sou, mas nem por isso sou idiota, nem ao mínimo garoto de programa.
Ao mínimo o moleque era ardiloso, Manoel esse era seu nome. O guarda de trânsito estava vindo e provavelmente ia perguntar de mais, por que estaria no acostamento se não estou com nenhum defeito no veículo? – Amanhã estarei por aqui moleque! Se você finalmente acreditar em mim, eu vou lhe levar comigo para sua casa.
O carro então tomou partida e seguiu perdendo-se dentro do trânsito daquele horário noturno.
- Casa – Foi um bocejo que ecoou em minha boca, já tinha passado muitos dias acordado, parei pra repousar algumas horas num hotel bem barato, no dia seguinte estacionei o carro ruas antes e fui andando até o sinal, o garoto não estava lá, aguardei até as primeiras notas da noite tocarem o chão, percebi que os moleques não estavam por lá.
Esse meu trabalho, essa minha dor de cabeça;
Então voltei desapontado para aquele hotel barato, isso foi até encontrar meu carro destruído, minha revolta chegou aos 2000 watts de potência.
Contratei de Kazavrogromo sete cães Luxcios que percorreram toda a cidade, encontrando em um beco da Av. Motibelo. –
Dei ordem para que eles encontrassem o garoto, na última noite eu havia pegue um cabelo seu sem que ele pudesse perceber, era o suficiente para que os Luxcios o encontrassem.
Ele estava desnudo e sendo objeto de prazer de todos os outros garotos, Striga o cão que o achou voltou-me com a informação perguntando-me se queria que ele tomasse uma atitude, contudo eu recusei, mas agradeci pela boa vontade.
Essa é a lei das ruas, você não precisa infringir a regra para ser punido, você tem que ser forte sozinho, para passar por cima da vida, se não ela passa por cima de você e pode deixar sequelas.
- Tomarei conta do caso eu mesmo, isso não é só profissional, se tornou pessoal quando destruíram meu lindo Misserati.
Corri até o beco, estava com um taco de basebol em mãos, provavelmente um material similar ao que usaram pra destruir meu Misserati, pela raiva não demorei mais do que quatro segundos para controlar a situação.
Depois que todos os moleques fugiram, até pensei em ceda-lo para que ele não precisasse sentir tanta dor, mas ele desmaiou depois que tentei perguntar se agora ele confiava em mim, contudo, ele havia perdido muito sangue e junto ao sangue a consciência.
Dei um tanto de meu sangue para que ele recobra-se os sentidos e para que ele conseguisse restaurar suas hemorragias internas, afinal meu sangue tinha esse poder.
- E ai garoto? - questionei, ouvindo ele deu um salto pra trás.
Ele era esperto e já havia sacado que eu havia o salvo.
- Vai vir comigo pra casa?
Ele acenou com a cabeça. Passaria os próximos quatro dias em choque sem dizer uma palavra, deixei-o em Kazavrogromo, numa segurança a qual ele não estava acostumado, pelo menos um dia na sua vida ele poderia dormir na segurança de um telhado que espantasse o sereno sobre sua cabeça.
- Capitulo I - O Dó Maior:
Um pouco antes dos treze toques daquele relógio velho encostado na rústica parede da sala, estava trazendo sob meus braços o pequenino Manuel. Ouviram-se alguns instantes depois nos tons das notas naturais e acidentadas (Dó, Dó#, Ré, Ré#, Mi, Fá, Fá#, Sol, Sol#, Lá, Lá#, Si, Dó) anunciando assim às treze horas completas daquela tarde do primeiro dia em que todos estavam reunidos.
A sala era de uma largura de aproximadamente nove metros quadrados, além do relógio encostado na parede; oito poltronas de cor avermelhada de mesmo formato e acabamento, uma pequena mesa portando uma jarra de água para hidratar flores; Íris, Gladólos e Narcisos. Incluso uma janela coberta por uma cortina branca que caia até tocar o chão, sua vista não era nada grandiosa. A frente só pudera-se contemplar campos e mais campos de areia. Além disso, notavam-se apenas mais duas coisas no ambiente: As paredes de tábuas envernizadas e a lareira que já ardia. Por que uma lareira estaria acessa àquela hora?
Coloquei o pequeno sonhador na escada que ficava anexada a uma das paredes pelo lado de fora da sala e fui apagar a lareira, alguém pode tê-la esquecido acessa, não dando credito que já fazia demasiado calor.
Notava-se uma poltrona virada de costas para a sala. Ela estivera posta defronte a boca que fumega a lenha. Neste assento repousava o jovem Matheus. Seu olhar fixamente no fogo contemplava como sua ação consumia a madeira, seus olhos cristalinos queimavam numa mistura de seres antagônicos. O azul de seus olhos e o vermelho das labaredas baixas e misturavam-se no reflexo de seus olhos e por estes percorri até chegar até sua alma. Toquei em seu obro para que só então ele se fizesse ciente de minha presença.
- Por que ascendestes às chamas, tão cedo? – Questiono a Matheus.
E apenas o seu silêncio foi à resposta.
- Que te passa à mente, por agora? - Insisti em uma pergunta diferente.
- Eu matei meu avô! Também não bastasse, matei também todas aquelas pessoas, sou um assassino! - exclamou em baixo tom a ultima.
- Sobre as mortes eu bem sei, aliás, em todas estive presente, todavia não compreendo o porquê compete-lhe tal título de assassino. Você não sabe o que é isso, você nem chega perto de ser um, ser a causa da morte não quer dizer nada. Você não cheira a sangue, de longe qualquer um pode ver que você não tem olhos maus, você não tem ódio, você não tem frieza, por que se tivesse alguma não estaria mal por ter "matado" algumas pessoas, ouça a voz da experiência.
- Co-como assim você estava lá? Viu tudo e não tentou me impedir? - Dizia em um tom desagradável e inconformado.
- Não me culpe pelos seus atos, não te culpo por ter sido criado por humanos e ter se tornado tão sentimental, porém não é da minha conta o que acontece ou deixa de acontecer no mundo que gira em sua órbita. Tenho ordens para não interferir nos atos de nenhum dos filhos, apenas posso observar ao longe, sem intervenções.
Ele voltou ao silêncio abrupto e incorruptível.
- É tão triste é saber de certas coisas que chega a tornar-se cômico. – Deixei comentado.
- Não faça siso com minha cara. – Reclamou ele.
- Não, não é uma piada, é a mais pura realidade desde que o mundo é mundo, e nele o homem é homem. Cada individuo cria seu próprio mundo das ideias e nele cria regras autônomas que jamais podem condenar a quem as criou, todavia isto é apenas hipótese, por que criam regras das quais não respeitam. Quando nasce a lei esta é voraz para que condene. Estes são os homens. Do lado de dentro são autocratas. Querem ser militantes, ditadores para dar luxo ao seu umbigo. O mundo de fora tornasse apenas como um caminho, uma via para que o interno possa ser satisfeito.
- Não entendi o que você quer dizer com isso. – Falou num tom mais duvidoso.
- Em sua linguagem: A vida não é fácil e não é do jeito que você pensa ficar deprimido de frente ao fogo não é sua solução, não faz nexo! Esse calor é infernal. Nem todos nasceram para servir os seus gozos. Não culpe outro pelas suas escolhas e não cobre de ninguém dos seus atos.
Peguei um recipiente cheio de água e joguei sobre o carvão, ele ainda permanecia lá. Fui saindo, não antes de dizer uma frase.
- Recobre sua sanidade! Sua depressão me aborrece.
Pensei em por o Manuel na cama, mas ele já estava acordado sentado na mesa da cozinha conversando com a Wendrea.
Ela preparava um sanduíche de queijo e presunto.
- Obrigado! Estava com muita fome! – disse deliberando um sorriso infantil logo em seguida.
Não havia de me preocupar muito com eles. Deixei que conversassem.
- Nossa como você comeu rápido! Estava com muita fome mesmo não? – Ela falou sorrindo surpresa.
Então subi as escadas e fui ver onde estava o Gomídrio. Sequer duvidei que ele estivesse tocando. Passei dos quartos, fui até a sala de música, abri a porta e fiquei a ouvir a melodia, eu estava certo, ele estava tocando.
Na sala a luz estava mal iluminada, não pior por que eu havia aberto a porta, antes deveria estar tudo escuro.
- Quando não vemos o instrumento é como se ele fosse parte de nós, e como nós somos naturais à música também se torna natural. – Ele ia dizendo.
- Por favor, feixe a porta, se um dos que estão lá embaixo ouvirem nós sabemos o que pode acontecer.
- Não esteja você atormentado, eles são como similares ao que és. São seus irmãos, filhos da mesma mãe, filhos da musa. Vocês são perfeitos, não são humanos, mas também não deixam de sê-los, compreendes? – falei num tom ameno.
- Agora um pouco, mas agora duvidoso. – Respondeu.
- Com um tempo toda duvida se silencia não se preocupe. – explanei. – Você não esta com fome?
- Por hora não. – Respondeu.
- Quando estiver, pode servir-se na cozinha. – falei num tom para ensinar e ele concordou.
Peguei uma guitarra, desci as escadas, fui para os fundos da casa, não antes de ver o pequeno Manuel se assustando.
- Vê! Um espírito ali encostado no fundo da sala.
- Onde, não vejo. – Wendrea.
- È como se fosse uma mulher, bem ali, você não consegue ver?
- Não, não consigo – Respondeu-o.
- Também não vejo – falou Matheus que vinha da cozinha com sua blusa melada de roxo.
- Acho que você não está totalmente bem, não obstante por que crês que seja uma mulher?
- Vês o espelho em sua mão? – me questionou.
- Manuel, na verdade eu nada vejo. – menti.
As cortinas brancas estavam postas na frente da janela de forma que o sol não penetrava em toda sua força.
- Espelhos refletem tudo, inclusive a luz... – disse-nos enfrentando a sala e abrindo as cortinas.
As janelas se abriram e explodiu uma rápida, porém forte ventania que se passou por todos nós.
Dezesseis toques, quatro da tarde. A única coisa que o pequeno sonhador conseguira foi um corte na testa, quando a janela se abriu ele estivera na frente, sua sorte era de ser um pouco mais baixo, um pouco mais e ele seria acertado em cheio nos olhos.
O corte sangrou um pouco, Matheus tirou a camisa e fez um pouco de pressão para estancar mais rápido.
- Que exagero Matheus, afinal foi um pequeno corte. – comentou a Wendrea.
- Não se importe, quis ajudar... É que não sei muito bem como fazer isso e essa é a melhor resposta que eu posso te dar.
- Você fala demais! Mas você até que é bonito. – replicou ela.
- Categoricamente isso é incestuoso. – disse, enquanto ambos riam.
Como eles não sabiam como fazer trouxe um band-aid e resolvi todos os problemas.
- Capitulo II - Juntando as Partituras:
- “Uma coisa que você deve saber quando você pega um trabalho assim: é que sejam eles pré-adolescentes ou já adolescentes, não importa como chamam, sempre serão crianças com genes e comportamentos impulsivos, difíceis e sentimentais”.
Isto não é uma coisa que você possa compreender em livros, não há uma técnica para se lidar. Esse é o problema da fase jovem que não sabem contornar seus próprios conflitos por não estarem dotados de maturidade e mesmo assim ainda insistem em resolver tudo a sós e sem consulta, esquecem-se da lei de Murphy: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.”
Este não é um assunto que está pronto a entrar na cabeça de alguém de uma hora para outra. Ninguém pode culpa-los, afinal ainda não são adultos para que compreendam o mundo adulto. É uma fase, algo que até certo tempo pode ser considerado salutar.
Para que eles entendam o mundo adulto desde o início de suas vidas eles - os homens - se deparam com a decepção que é a sua primeira professora. Nesta vida a decepção ensina uma matéria acerca de todas as coisas, através dela o homem passa a perceber as suas limitações e incapacidades.
Daí alguns creem em pensamentos religiosos, outros ignoram a fé, outros são os indecisos – pessoas que nunca vão ter confiança em suas próprias escolhas. Ainda assim, existe um grupo a qual todos pertencem, neste caso, eles não têm escolha, tudo lhes foi forçado. Nenhum escolhe seus pais ou se vai continuar tendo-os para o resto da vida, se vai ser ruim em algum esporte, se vai ser branco, negro, fluente em inglês ou alemão, destro ou canhoto. Algumas escolhas da vida não pertencem aos indivíduos inclusive amar.
Estavam todos reunidos na sala já era quase noite e no final daquela tarde pela janela via-se o sol pôr-se abaixo das dunas de área.
- Meus pequenos amigos, antes que vocês estivessem reunidos aqui, fora acertado um conjunto de shows para que vocês realizem, são três apresentações, depois de tê-las feito vocês podem decidir fazer o que quiserem das vossas vidas.
- Mas, eu não sei tocar! – Reclamou o pequeno Manoel.
- Não ensaiamos, nem nada. – Pontuou Wendrea.
- Não quero fazer isso, não vou fazer nenhum show, não quero ver mais gente morrendo. – Explanou Matheus.
- As pessoas morrem? Nós matamos pessoas? Digo vocês matam pessoas? – falou assustado o pequenino.
- Por que são tão sentimentalistas! Achei que já tínhamos conversado sobre isso Matheus, você me prometeu parar com estes surtos depressivos. – comentei.
- Não eu não lhe prometi nada. – Respondeu me despeitando.
- Bem, me permita explicar. Todos nessa sala são perfeitos com um teor de erro, aproximadamente 0,25%. Quando todos se juntam para um trabalho, o gene recessivo de cada um é agregado; os seres humanos são imperfeitos e só podem ficar vivos diante da imperfeição quando eles contemplam a perfeição eles morrem isto também ocorre nos casos de morte natural, é bem simples. Então com seus genes agregados, o seu trabalho é imperfeito com cerca de um por cento de erro, isso é o suficiente para que o homem consiga resistir diante de vós.
- Quem é você? – Gomídrio questionou.
- Bem, sou o Sr. Q.
- Desculpe-me creio que não fiz a pergunta correta, o que você é? – Modificou a pergunta.
- De hoje até o ultimo show, seu criado e maestro. Os ensaios começam amanhã mesmo, espero que todos estejam dispostos e não preocupem-se, esclarecerei tudo o que for necessário.
Última edição por Moonday em Dom Abr 29, 2012 12:48 pm, editado 1 vez(es)